O programa performativo ‘A Espera que Nunca Chega’ realiza-se entre os dias 7 e 14 de dezembro no Auditório Municipal José de Castro e na Estação da CP em Paço de Arcos (Piso Inferior).
Este programa oferece uma reflexão artística sobre o espaço-tempo intermédio entre partir e chegar, representado pela espera. Neste contexto, a figura de Penélope dá vida a várias mulheres – a Joaquina, a Fernanda, a Dionísia – que aguardam o regresso dos homens que partiram para o Ultramar, como o Domingos, o Eugénio e o Diogo.
O que acontece quando aguardamos por alguém? Como podemos cenografar o corpo, a voz e a memória nesse estado de ‘in between’? Pode o corpo traduzir o indizível, os imaginários que a espera cria? A espera pode ser, afinal, um ato de resistência?
Penélope espera por Ulisses, que partiu para a guerra.
Programa
📍 Auditório Municipal José de Castro
▪ Espetáculo ‘Penélope’
7 de dezembro – 19h0 | 10 de dezembro – 10h30 (Sessão para Escolas) | M/12, Dur. 75’
Memórias de gerações marcadas pela guerra colonial portuguesa.
Inspirados no mito clássico da mulher Penélope, que esperou vinte anos pelo marido Ulisses, deixamo-nos contaminar pelo grito abafado de uma geração que ainda vive. Com ‘Penélope’, lembramos a(s) mulher(es) que espera(m) o homem que partiu para a guerra; as mulheres que habitaram um país, com um regime conservador, moralista e autoritário.
▪ Exibição dos filmes ’61-63′ | ‘Penélope’ e Conversa
13 de dezembro – 16h | M/12
Conversa aberta ao público, convidando à participação com testemunhos, memórias, impressões e espólios particulares.
▪ Filme ’61-63′ M/12, Dur. 10’10”
O soldado que chega a um lugar, sem saber ao que vai, para onde vai, vê-se confrontado com uma violência atroz, com a morte, com a escassez e solidão. Deixa para trás a sua família, amigos e uma vida que conhece, a única relação com o passado de cada um faz-se somente por meio de cartas, por vezes escassas, e fotografias.
▪ Filme ‘Penélope’ M/12, Dur. 16’14”
Um olhar sobre a vida, em suspenso, da mulher que espera o marido, que partiu para a guerra do Ultramar.
▪ Exposição ‘Adeus, até ao meu regresso’
7 a 14 de dezembro | M/12
A Revolução dos Cravos em Portugal, a 25 de Abril de 1974, pôs fim à ditadura do Estado Novo, em resposta aos desenvolvimentos políticos, sociais e militares da guerra. A exposição “Adeus, até ao meu regresso” assenta na apresentação de registos históricos de espólios particulares, guiando-nos para as marcas que a distância deixou, nos que foram para a guerra e nos que ficaram, através da correspondência por carta, aerogramas, fotografias, postais e também depoimentos reais e documentos áudio deste período, muito presente pela ausência, pela saudade, pela vida suspensa e a morte a pairar sobre ela, com a constante dúvida do retorno.
📍 Estação da CP de Paço de Arcos
▪ Performance ‘As cartas de Penélope’
12 de dezembro- 17h | 14 de dezembro – 11h | M/12
Patrícia Susana Cairrão traz-nos voz, corpo e memória na leitura performance as cartas de PENÉLOPE. Através de cartas, aerogramas e fotografias, militares e família mitigavam a solidão, reduzindo, da única forma possível, a distância que os separava. Uma leitura performance a partir de Testemunhos reais, espólios particulares de cartas, aerogramas e fotografias do período da Guerra Colonial Portuguesa.
Informações: dca@cm-oeiras.pt | 21 440 82 88