O Ministério da Saúde está a ponderar aumentar para 60 anos, a idade a partir da qual os médicos estão dispensados de fazer serviço de urgências.
Segundo adiantou Joana Bordalo e Sá, presidente executiva da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), à saída de uma nova ronda negocial com o Governo, “foi com muita surpresa que voltámos a ver um documento, que prevê que deixe de haver um limite para o número de utentes que os médicos de família possam passar a seguir, assim como pode aumentar a idade em que os médicos de fazer urgência”.
A responsável, afirmou em declarações transmitidas pela RTP3, que neste último caso está em causa a possibilidade de “os médicos terem que fazer urgência até aos 60 anos”. Atualmente, a lei estabelece que a partir dos 50 anos os médicos estão dispensados de fazer urgência noturna e a partir dos 55 anos estão dispensados de fazer urgência, quer de noite quer de dia.
Esta proposta pretende aumentar a idade de dispensa nas urgências noturnas de 50 para 55 anos e de 55 anos para 60 anos, quer de dia quer de noite. O sindicato considera a proposta “inaceitável” e assegura que “não é isso que vai fazer mudar os problemas nas urgências”.
A falta de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem gerado vários problemas, culminando no encerramento pontual de alguns serviços.
O Ministério da Saúde e os sindicatos têm reunido nas últimas semanas, tendo em vista a valorização das carreiras no SNS, num processo que termina em junho. Joana Bordalo e Sá sublinha que “desta maneira não é possível chegar a acordo”, mas reitera que a FNAM “continua de boa-fé” nas negociações.
“A grelha salarial não esteve em debate nesta sessão, que era o que pretendíamos“, lamenta ainda a responsável, sinalizando que aguarda uma proposta concreta por parte do Ministério” sobre esta matéria.