O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou ao país a partir do Palácio de Belém, após ter sido anunciada a renovação do atual Estado de Emergência até 16 de março.
Numa declaração feita ao país a partir do Palácio de Belém, o Presidente da República declarou que “reduzimos significativamente o número de infetados e de mortes e o indicador de propagação do vírus atingiu os valores mais baixo do ano”, estando convicto de que “a evolução positiva” dos casos de covid-19 em Portugal “já não teria recuo e, se tivesse, não seria para os valores de há um mês”.
“Com a dupla segurança de vacinas e testes, seria possível desconfinar, por fases, sem os riscos corridos no passado”, reiterando que “é muito tentador defender que há que abrir e desconfinar o mais rápido possível, e as escolas seriam o setor mais proposto para o início dessa abertura”.
Mas, relembrou, há outro prato na balança “o número de internados ainda é quase o dobro do indicado por intensivistas e o número de cuidados intensivos é mais do dobro do aconselhado para evitar riscos de novo sufoco”.
Citado pelo SAPO, que cita a Agência Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa lembra que “os números que nos colocaram no lugar de piores da Europa e do Mundo, não são de há um ano ou de há meses, são de há um mês. Tal como de há três semanas são as filas de ambulâncias nos hospitais. Pior do que vivem agora a economia, a saúde mental e as escolas, só mesmo se tivermos de regressar ao que acabamos de viver daqui a semanas ou meses”, explicou.
Por outro lado, realçou que, “por atraso na entrega de vacinas, não haverá provavelmente no próximo mês, mês e meio, vacinação que garanta tudo o que se quer garantir, desde logo nas escolas”.
“Sabemos que testar e rastrear em escassíssimas semanas nos termos que permitam a segurança necessária, poderá ser complicado, mesmo só para as escolas”, apontou.
Marcelo defendeu que “planear o futuro é essencial, mas desconfinar a correr por causa dos números destes dias será tão tentador quanto leviano, até porque os números sobem mais depressa do que descem”.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, assim, que é preciso “ganhar até à Páscoa o verão e o outono deste ano”.
“Por outras palavras, a Páscoa é um tempo arriscado para mensagens confusas ou contraditórias, como, por exemplo, a de abrir sem critério antes da Páscoa, para nela fechar logo a seguir, para voltar a abrir depois dela. Quem é que levaria a sério o rigor pascal? É, pois, uma questão de prudência e de segurança manter a Páscoa como marco essencial para a estratégia em curso”, acrescentou.
“Em resumo: que se estude e prepare com tempo e bem o dia seguinte, mas que se escolha melhor ainda esse dia, sem precipitações, para não repetir o que já se conheceu. E nunca se confunda estudar e planear com desconfinar”, recomendou.