Marta Temido adianta que o país se encontra numa “fase de autorresponsabilização”, defendendo que os comportamentos individuais se devem adaptar à evolução da pandemia.
O SAPO adianta que, segundo as projeções do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), no final de maio o país pode atingir os 60 mil casos diários, contudo, voltar a comparticipar testes à covid-19 nas farmácias, até poderá voltar a fazer sentido, mas não para já, disse Marta Temido.
“Neste momento, aquilo que estamos a apostar é a prescrição através da linha de Saúde24. A linha de saúde24 tem tido constrangimentos, percebo que isso dificulte a expectativa das pessoas no acesso à linha, mas recordo que temos introduzido melhorias”, defendeu a ministra.
“A própria população portuguesa mostrava saturação das medidas e nós sabemos que podemos ter que guardar medidas para momentos mais difíceis. A questão é se este momento é um momento que se torna mais difícil ou se o conseguiremos vencer”, disse.
Marta Temido reconheceu os efeitos do aumento do número de casos, nomeadamente no aumento da pressão hospitalar, sobretudo no norte do país, e admitiu o condicionamento da atividade hospitalar programada, o que é “uma grande preocupação”.
Sublinhou ainda que nesta fase o número de casos diários é um indicador “muito distinto do que era há algum tempo”, não tendo o mesmo peso na decisão de medidas e adiantou que houve uma reunião de trabalho regular com peritos para acompanhar a evolução da pandemia “adaptar a estratégia” à evolução da situação.
Marta Temido referiu ainda não estar completamente definido o contributo da nova sublinhagem da variante Ómicron para o quadro de aumento de casos, mas as estimativas do INSA apontam para que atinja uma prevalência de 80% no dia 22 de maio.
Quanto aos constrangimentos que a linha de Saúde 24 tem enfrentado nas últimas semanas, a ministra referiu que a Altice, o operador contratado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) para gerir a linha Saúde24, está já a contratar mais pessoas para reforçar o atendimento.
Marta Temido insistiu na ideia de responsabilidade individual e disse que a atual estratégia do Governo assenta na “proteção dos mais vulneráveis”, nomeadamente os mais idosos e residentes em lares, através do reforço da vacinação.
Deu ainda o exemplo do uso de máscara, num momento em que já não é obrigatório por lei, o que não impede que seja recomendada em certas circunstâncias, sublinhou. “Neste momento temos que ser todos mais cautelosos novamente. […] Vou continuar a utilizar enquanto os números estiverem com esta dimensão, porque a prudência e os médicos assim o aconselham”, disse.