Os etíopes Nibret Melak e Almaz Ayana foram os mais fortes este domingo na 32.ª edição da EDP Meia Maratona de Lisboa, uma prova que não teve novos recordes mundiais, mas que acabou com um máximo do percurso no feminino.
Almaz Ayana, com 1:05.30 horas, que melhoram em 36 segundos a anterior melhor marca (1:06.06, de Tsehay Gemechu), foi a autora da proeza, superiorizando-se à queniana Margaret Kipkemboi, também abaixo do anterior recorde, com 1:05.50, e à etíope Girmawit Gebru, com 1:06.28. Além do novo recorde de percurso, a atleta de 31 anos conseguiu também melhorar a sua marca pessoal em mais de minuto e meio.
Na prova masculina, Nibret Melak, de 23 anos, ganhou em 59.06 minutos, batendo sobre a linha de meta o compatriota Hagos Berhe (59.07) e ainda o queniano Vincent Ngetich (59.10). Rhonex Kipruto foi quarto, com 59.22.
Rui Pinto foi o melhor português, em 1:02.52 horas, em 12.º, ao passo que Hélio Gomes ficou em 19.º, com um novo recorde pessoal de 1:04.27. Nas senhoras, Susana Godinho confirmou o seu excelente estado de forma, com 1:12.27 que representam um recorde pessoal por mais de três minutos e que a colocaram na 16.ª posição final. Ainda no top-20 ficaram Solange Jesus (18.ª, com 1:13.15) e Ana Mafalda Ferreira (em 19.º, com 1:13.24).
Declarações
Almaz Ayana, vencedora feminina
“Estou muito feliz. É um percurso muito rápido. O tempo foi bom, não muito quente. É uma cidade muito bonita”
Nibret Melak, vencedor masculino
“Estou muito feliz. Foi a minha primeira meia maratona. No próximo ano estarei pronto para um recorde do Mundo. Este é um percurso muito rápido”
Rui Pinto, melhor português
“As sensações foram as melhores. Vinha com objetivo de fazer recorde pessoal. O lote de atletas era muito grande. Vinha com expectativas, fui com esse objetivo. Tentei colocar-me para esse objetivo, infelizmente não consegui o recorde pessoal, mas estou feliz por ter corrido em solo nacional abaixo dos 63 minutos e poder ser o melhor português nesta prova que é provavelmente a melhor prova do calendário nacional”
Susana Godinho, melhor portuguesa
“O objetivo passava por fazer recorde pessoal, na casa da 1:12. O que consegui e estou muito satisfeita.”
Sara Hall
“É incrível ver tanta gente na estrada. Tive imenso apoio ao longo do percurso, porque vinham atletas no sentido inverso. Foi uma experiência muito boa. Todos os países dão uma sensação diferente. A corrida levou-me a muitos os países, exceto Portugal e Áustria. E correr aqui foi muito especial. É um sítio fantástico para visitar, para turismo. Em relação à minha prova, talvez tenha saído demasiado rápido para estas condições. Mas foi uma boa experiência. Esta foi a minha primeira corrida desde julho. Colocar este ritmo rápido nas pernas faz o ritmo de maratona parecer lento. É bom. Acho que ajudou, espero continuar a melhorar. Faltam 5 semanas para Boston”.
“Adorava voltar! Não creio que volte para correr rápido. talvez apenas para competir. Adorava voltar, talvez no outono. Há uma meia maratona em outubro? Adorava fazê-la! É uma experiêcncia incrível correr cá. É um pais bonito para visitar, é certamente um bom plano para ter no futuro”
Carlos Moia, presidente do Maratona Clube de Portugal
“À volta de 25 mil pessoas atravessaram a ponte. Esteve um dia fantástico para quem gosta de correr. Para a elite, foi batido mais um recorde, o feminino do percurso. Não é fácil bater recordes, estávamos à espera de bater, mas todos sabem que este recorde não é fácil. Foi há dois anos e ainda ninguém bateu. Conseguimos um dia feliz para toda a gente. O nosso lema vai ser saúde. Só 18% dos portugueses fazem desporto ativo. 73% não fazem. Estamos na cauda da Europa. Espero que tenha sido um dia feliz, agradável, divertido, que muita gente tenha batido os seus recorde pessoais, mas acima d etudo que se tenha divertido e que haja saúde”
Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa
“É um grande gosto estar aqui. É um dia especial, não só porque participo na prova, mas é um dos dias mais bonitos que tenho. Passar a ponte, olhar para a nossa cidade, olhar para esta beleza única e pensar que esta é a melhor meia maratona do mundo. Tenho um orgulho muito grande do trabalho de todas as cidades da região, mas também por ter uma atleta que conseguiu bater o recorde da prova. Sempre Lisboa a marcar no turismo. Esta prova faz parte do que é o circuito de atração da cidade e é cada vez melhor. Tenho um orgulho no que o Carlos Moia tem feito e queria agradecer o esforço e dedicação que tem. Agradecer também aos lisboetas pela paciência, porque esta prova implica cortar o trânsito em muitas ruas. Se o presidente consegue finalizar nesta prova, todos podem! É um exemplo que temos de dar, de prevenir através do desporto. Esta prova para além de tudo é um investimento na saúde, dos lisboetas e dos portugueses. É um investimento na cidade, no turismo, que é um sector tão importante nas nossas vidas. É uma atração para todos os que cá chegam”