A região afetada pelos sismos, de magnitude 7,8 e 7,5, estende-se por mais de 100 mil quilómetros quadrados e abriga cerca de 14 milhões de pessoas.

Coskun Aral, jornalista e fotógrafo de guerra que esteve na zona do desastre, garantiu à agência de notícias EFE que existem dezenas de milhares de cadáveres sob os escombros e que alguns permanecerão ali por muito tempo.

“Estive em muitas zonas de guerra e desastres, mas nunca vi nada parecido com isso”, declarou Coskun, alertando ainda que surtos de cólera podem acontecer se uma ação forte não for tomada agora. “Já existe sarna, as pessoas não se conseguem lavar desde o primeiro dia”, afirmou o jornalista.

Deniz Yavuzyilmaz, deputado do principal partido da oposição social-democrata CHP, assegurou que existe o risco de uma epidemia porque os cadáveres que permanecem nos escombros estão a começar a decompor-se e que os membros das equipas de resgate que removem os corpos não se podem lavar ou trocar de roupa.

Alpay Azap, especialista em doenças infecciosas, indicou que ainda não há epidemia na área, mas existe o risco, e que é importante que os corpos que ainda estão nos escombros sejam enterrados adequadamente.

Azap também mencionou o risco de transmissão para humanos de doenças de animais que morreram no terramoto, além de diarreia devido a problemas no abastecimento de água potável.