As farmácias portuguesas querem despistar doenças e referenciar utentes para o SNS. O objetivo é alargar o leque de serviços das farmácias e, com isso, diminuir também a pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde.
A proposta é da Associação Nacional de Farmácias e está já a ser avaliada pelo Ministério da Saúde.
Segundo a presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), as farmácias podem ser uma “primeira porta de entrada” no Serviço Nacional de Saúde, fazendo uma avaliação prévia das situações, o que reduziria a pressão sobre o SNS.
Ema Paulino explicou que as farmácias podem fazer uma primeira abordagem para avaliar o que pode ser tratado diretamente na farmácia comunitária, como medicamentos não sujeitos a receita médica ou medidas não farmacológicas, e os casos que carecem de referenciação para o médico.
Segundo avança a versão em papel de hoje do Jornal de Notícias, a proposta da ANF está já a ser avaliada pelo Ministério da Saúde.
Segundo a responsável, esta “triagem prévia” reduziria a pressão também sobre o sistema de saúde e garantiria que “o investimento que a sociedade faz em medicamentos se transforma verdadeiramente em resultados em saúde e numa boa qualidade de vida para os portugueses”.
O Ministro da Saúde anunciou dois projetos que serão desenvolvidos este ano com as farmácias, em que estas podem fazer a renovação automática da medicação de doentes crónicos e a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade.
Destacando o “grande impacto” destas medidas na vida das pessoas e no alívio da sobrecarga dos serviços e profissionais do SNS, a associação de farmácias defende que há outros procedimentos que poderiam melhorar todo o sistema, nomeadamente o farmacêutico comunitário poder alterar a dosagem do medicamente prescrito, o que atualmente não é possível.
Ema Paulino adiantou que há países que já adotaram este mecanismo, tendo protocolos de gestão de disponibilidade em que é feita uma avaliação sobre as alternativas existentes e o farmacêutico pode dispensar essa alternativa, evitando que o utente se desloque novamente ao médico para ter uma nova prescrição.