‘Redescobrir Alfred Hitchcock’ será o tema das MasterClasses Cinema de 2023, nas Galerias do Alto da Barra, em Oeiras.
Durante o ano de 2023, as sessões de cinema, com entrada gratuita, decorrem às terças-feiras pelas 16h.
Frederico Corado, filho de Lauro António, explica-nos a escolha do tema para 2023.
De dez em dez anos a revista ‘Sight & Sound’ organiza um inquérito entre críticos de cinema, de onde sai uma lista com os 100 Melhores Filmes de Sempre.
Durante os últimos dez anos (até dezembro de 2023) ‘A Mulher Que Viveu Duas Vezes’, de Alfred Hitchcock, estava em primeiro lugar dessa lista, tendo ultrapassado ‘O Mundo a Seus Pés’, de Orson Welles, que se tinha mantido no primeiro lugar durante uns 50 anos. Este ano, ‘A Mulher Que Viveu Duas Vezes’ foi deixado para segundo lugar e em primeiro passou a estar ‘Jeanne Dielman, 23, Quai du Commerce, 1080 Bruxelles’, da belga Chantal Akerman. Ainda na lista dos 100 estão ‘Psico’ em 31º lugar, ‘Janela Indiscreta’ em 38º e ‘Intriga Internacional’ em 45º, fazendo de Alfred Hitchcok um dos realizadores mais mencionados nessa lista.
Curiosamente o meu pai, Lauro António, tinha deixado preparada esta masterclass sobre Hitchcock de forma a que a sua obra pudesse ser vista praticamente na íntegra (ficam a faltar apenas dois filmes do início de carreira). Como o meu pai escreve, “Afirmar Alfred Hitchcock como ‘o mestre do suspense’ é dizer muito pouco. Ele foi-o, sem dúvida, mas ao analisar globalmente a sua obra não se deve ficar com a ideia de que Hitch era um mero realizador de divertimentos macabros que empolgaram as plateias de todo o mundo. Alfred Hitchcock foi um dos grandes autores da história do cinema, por muito que ele procurasse aligeirar a concepção e repetisse algumas vezes que “Não passa de um filme!”.
A sua filmografia é das que maior coerência oferece em toda a história do cinema. Hitch era homem de convicções fortes, de obsessões firmes, de temática constante, de um rigor formal e estilístico que assombram. Ainda hoje a maioria dos seus filmes não se deixou corromper por uma ruga, não envelheceu um minuto e mantém uma modernidade de olhar e de construção que espantam. Alfred Hitchcock abordou os assuntos do seu tempo, mas interessou-se sobretudo pela condição humana.
O que é eterno. Continuamos, portanto, aqui com o trabalho que o meu pai construiu desde sempre, o de mostrar bom cinema e quem o faz. Ver, falar e escrever sobre cinema foi no que o meu pai trabalhou a vida toda, nós vamos tentar continuar esse trabalho e que melhor forma para o fazer que com aquele que foi um dos grandes realizadores da história do cinema.
A próxima sessão decorre no dia 11 de abril, pelas 16h00 no Auditório Municipal Maestro César Batalha e terá a exibição do filme ”Os 39 Degraus” (Título original: The 39 Steps Realização: Alfred Hitchcock (UK, 1935); Argumento: John Buchan (adapted do romance), Charles Bennett (adaptação), Ian Hay (diálogos); Fotografia (p/b): Bernard Knowles; Montagem: Derek N. Twist; Direcção artística: Oscar Friedrich Werndorff; Assistente de realização: Pen Tennyson; Música: Jack Beaver, Louis Levy; Produção: Michael Balcon, Ivor Montagu; Intérpretes: Robert Donat (Hannay), Madeleine Carroll (Pamela), Lucie Mannheim (Miss Smith), Godfrey Tearle (Professor Jordan), Peggy Ashcroft (mulher do Crofter), John Laurie (Crofter), Helen Haye (Mrs. Jordan), Frank Cellier (Xerif), Wylie Watson (Memory), Gus McNaughton (Vendedor Ambulante), Jerry Verno (Vendedor Ambulante), Peggy Simpson (Criada).
Duração: 86 min; Classificação etária: M/ 12 anos.
A entrada é gratuita, limitada aos lugares disponíveis e mediante levantamento de senhas meia hora antes do início da sessão (Máximo 2 senhas por pessoa e válidas até ao início da sessão).
Uso de máscara obrigatório. Entrada proibida após o início da sessão. Para mais informações, contacte carlos.pinto@oeiras.pt ou 214 408 565.