A Ordem dos Enfermeiros defende a presença durante o parto de uma pessoa escolhida pela grávida e que para isso as maternidades tenham disponíveis testes rápidos de diagnóstico à Covid-19.
Segundo um parecer do Colégio da Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, “a presença contínua de uma pessoa significativa é essencial para uma experiência positiva do parto e para a obtenção de efeitos positivos na saúde e na satisfação com os cuidados prestados”.
Os enfermeiros lembram que as unidades hospitalares estão obrigadas a permitir a presença de um acompanhante durante o trabalho parto, parto e puerpério, desde que o teste ao vírus SARS‐CoV‐2 seja negativo, defendendo que as instituições “devem ter obrigatoriamente disponíveis testes moleculares rápidos (50 minutos) de diagnóstico”.
Segundo os enfermeiros, “o respeito pelos direitos das mulheres e das pessoas que lhe são significativas deverá ser auditado pelas entidades competentes conforme legislação vigente”, cita o SAPO.
O parecer em causa, que cita várias vantagens do acompanhamento da grávida por um familiar próximo, foi enviado à Assembleia da República, ao Ministério da Saúde e à Presidência da República.
No início do mês, a Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e no Parto pediu à Direção-Geral da Saúde (DGS) que revisse as orientações definidas para as instituições hospitalares por causa da Covid-19, afirmando estar a receber “muitos pedidos de ajuda” de grávidas. “Como sempre, Portugal peca por excesso. Os outros países europeus permitem acompanhantes no parto, aqui, apenas algumas mulheres têm e com restrições ainda”, afirmou na altura a fundadora da associação, acrescentando ainda que na questão da separação da mãe e do recém-nascido, e da amamentação, “Portugal foi na direção oposta” ao recomendado pela OMS.