O Taguspark – Cidade do Conhecimento e a Associação Centro Cultural 11 apresentam a exposição fotográfica ESTADOS DESUNIDOS DA AMÉRICA, um retrato de um país altamente mobilizado mas também profundamente dividido. A exposição estará patente no Núcleo Central do Taguspark, em Oeiras, de 19 de março a 14 de maio, e tem entrada livre.
A mostra faz o registo da viagem que o fotógrafo João Porfírio percorreu com o jornalista João de Almeida Dias para fazerem a cobertura da campanha presidencial nos EUA para o Observador. Foram mais de 2600 km em 16 dias, entre 24 de outubro e 7 de novembro 2020.
O trabalho agora em exposição regista um país politicamente empenhado, mas severamente espartilhado. Em Nova Iorque, encontraram uma cidade que ainda sofria o trauma da pandemia Covid-19; retrataram Scranton, na Pensilvânia, a cidade natal de Joe Biden, que Donald Trump acusou de abandonar; em Filadélfia, fizeram uma reportagem com a comunidade afro-americana e depararam-se com as manifestações e pilhagens que se seguiram à morte de Walter Wallace Jr; na Virgínia Ocidental, captaram o ambiente de um centro de recuperação de toxicodependentes; em Youngstown, Ohio, mostraram os sobreviventes de uma cidade onde fechou uma fábrica da General Motors; na Pensilvânia, assistiram a um dos maiores comícios de Trump nesta campanha; em Filadélfia, cobriram um dos comícios inovadores em modo drive-in de Joe Biden; em Wilkinsburg, Pensilvânia, fizeram a reportagem da noite eleitoral em casa de um apoiante de Donald Trump; na Filadélfia, durante a contagem de votos, cobriram uma manifestação pró-Biden e outra pró-Trump; de regresso a Nova Iorque presenciaram os festejos da eleição de Joe Biden nas ruas.
João de Almeida Dias relata que “nos 16 dias em que estivemos juntos nos EUA em reportagem, não encontrámos ninguém disposto a ficar a meio caminho. Ouvimos quem pusesse Trump ao lado do pior dos fascistas e também quem equiparasse Biden a ditadores comunistas. Conhecemos também quem tivesse deixado de falar com amigos ou familiares por não tolerarem as suas opiniões políticas. Passámos por quatro estados: Nova Iorque, Pensilvânia, Virgínia Ocidental e Ohio, onde assinámos em conjunto 16 reportagens. Fomos dos prédios imensos de Manhattan às planícies de perder de vista no Ohio. Falámos com pessoas felizes pelo estado do seu país e outras que se sentiam no limite. Aqui, contamos como foram esses dias, entre as pessoas que conhecemos e os desafios que encontrámos”.
Para a curadora da exposição, Maria Mann, “João Porfírio e João de Almeida Dias capturaram o próprio coração da América de hoje numa documentação eloquente e evocativa. As suas imagens e palavras colocam-nos diretamente no centro de uma América Desunida”.
Eduardo Baptista Correia, CEO do Taguspark, realça “o empenho do Taguspark em apoiar a transformação de um trabalho jornalístico de exceção numa exposição que retrata e relata um momento marcante da história recente dos Estados Unidos da América e das democracias no mundo ocidental, como são as eleições norte americanas”.
Esta exposição e catálogo foram produzidos com o patrocínio do Taguspark e o apoio da Casa daImprensa, em parceria com o Observador. A associação cultural CC11, que coordenou esta iniciativa,foi fundada no início do ano 2020 e tem como finalidade divulgar e promover a fotografia e ofotojornalismo em Portugal.
NOTAS BIOGRÁFICAS
JOÃO PORFÍRIO, natural de Portimão, estudou jornalismo em Lisboa. É editor de fotografia e fotojornalista do Observador tendo já passado pela agência Lusa, pelo semanário SOL e o Jornal i. Realizou reportagens em diversos países, acompanhou a crise dos refugiados durante 2015 e 2016. Foi convidado por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, a participar no livro de comemoração do segundo ano de mandato. Venceu o Prémio Estação Imagem 2019 na categoria de Notícias e o segundo prémio do concurso Somos – Imagens da Lusofonia, edição de 2021, organizado pela Fundação Oriente em Macau.
MARIA MANN, natural dos EUA, foi directora de relações internacionais da EPA de 2007-2018; anteriormente, foi directora de eventos globais actuais na Corbis, Paris, directora de fotografia para as Américas na Agence France-Presse (AFP), e depois editora-chefe de fotografia internacional da AFP em Paris. Tem julgado concursos de fotografia para a UNICEF, Bayeux War Correspondents, PoY, integrou por duas vezes o júri do World Press Photo.
JOÃO DE ALMEIDA DIAS, natural de Évora, entrou no jornalismo em 2012. Escreveu no Observador e noutros órgãos nacionais e internacionais. Fez reportagem a partir de vários países em quatro continentes. Recebeu o Prémio de Jornalismo “Direitos Humanos & Integração”. As eleições de 2020 nos EUA foram o seu último trabalho como repórter. Em janeiro de 2021 começou a trabalhar como diplomata.