O plano de desconfinamento nacional está em marcha, contudo, o Governo tem em cima da mesa a possibilidade de travar a fundo este desconfinamento, não avançando nenhuma região do país para a nova fase, agendada para 28 de junho.
Segundo adianta a MultiNews, caso o plano de desconfinamento trave em todo o país, ficarão em vigor as medidas atualmente a vigorar em cada região.
Caso o país desse mais um passo no plano de desconfinamento, a partir de 28 de junho haveria o alívio nas restrições à lotação de transportes públicos, poder-se-ia ir a Lojas do Cidadão sem marcação prévia e abririam os recintos desportivos com a lotação de 33% em eventos com regras específicas para o exterior dos recintos.
Se houver recuo no desconfinamento, em Lisboa e nos restantes oito concelhos que estão em alerta, regressam as seguintes medidas:
- Restaurantes, cafés e pastelarias só podem estar abertos até às 15h30 ao fim de semana e feriados
- Restauração só pode ter no interior um máximo de quatro pessoas por grupo e em esplanada seis pessoas por grupo
- Casamentos e baptizados reduzem de 50 para 25% a lotação máxima
- Lojas que não sejam do setor alimentar têm de encerrar às 15h30 ao fim de semana e feriados
- As modalidades desportivas que podem ser praticadas passam a ser apenas as de médio e baixo risco
- Permissão de prática de atividade física ao ar livre limitada a seis pessoas e ginásios não podem ter aulas de grupo
Médicos de Saúde Pública pedem recuo em todo o país
Os Médicos de Saúde Pública defendem que todo o país deve recuar no desconfinamento, para a fase em que está Lisboa. “Pode levar à necessidade de colocar novas medidas ou até mesmo de parar o plano de desconfinamento, e recuar um passo”.
“Se nós pusermos muitas medidas para Lisboa e Vale do Tejo e nenhumas à volta, os lisboetas vão, como é natural, pegar no seu carro e sair, meter-se no avião e ir para o Algarve ou para as ilhas. Para serem eficazes, as medidas têm que ser a nível nacional”, disse à Rádio Renascença o vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges.
“O país precisa de perceber que enquanto não estivermos todos no mesmo ritmo e na mesma onda, no continente, será difícil termos o Norte a desconfinar, Lisboa a confinar e o Centro no meio termo”, disse o especialista.
A ministra da saúde, Marta Temido, garantiu esta terça-feira que se for necessário recuar, o Governo vai fazê-lo, apesar de tentar, “por todos os meios evitar” essa situação “naturalmente que se o contexto o exigir teremos de o fazer”, disse.