Até às 06:00 de hoje, foram suprimidos 19 comboios da CP das 68 ligações ferroviárias que tinha programadas, devido à greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) e das suas filiadas (IP Engenharia, IP Património e IP Telecom).
O Jornal ECONÓMICO adianta que esta greve voltará a repetir-se no próximo dia 02 de julho, e pretende reivindicar melhores condições laborais, nomeadamente, o aumento dos salários.
A CP adianta à Lusa que cerca das 07:20, dos 68 comboios programados, realizaram-se 49, tendo sido suprimidos 19, dos quais 17 são do serviço regional e dois de longo curso.
A CP – Comboios de Portugal deixa um alerta para possíveis perturbações na circulação de comboios, em todos os serviços, acrescentando que os clientes que tenham adquirido bilhetes para viagens nos comboios dos serviços alfa pendular, intercidades, interregional e regional podem pedir o reembolso total ou a revalidação do título, sem custos.
Também a Fertagus, que assegura a ligação ferroviária sobre a Ponte 25 de Abril, prevê para hoje a circulação de apenas “25% dos horários, com períodos de interrupção” devido à greve.
As reivindicações prendem-se com o aumento de salários para todos os trabalhadores, o cumprimento integral do clausulado do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a negociação coletiva como “fator de resolução e prevenção de conflitos”, a atualização do valor do subsídio de refeição e a integração do abono de irregularidade de horário no conceito de retribuição.
Reclamam ainda a atribuição de concessões de viagem na CP- Comboios de Portugal a todos os trabalhadores da IP e suas participadas, a aplicação integral do ACT em vigor na IP aos trabalhadores do quadro de pessoal transitório, a abrangência das deslocações e horas de viagem a todos os trabalhadores e o ajuste do subsídio de refeição nas ajudas de custo.
Os trabalhadores protestam também “contra a falta de produtos de limpeza e higiene e por melhores condições de higiene e segurança nas instalações sociais e nos locais de trabalho”.
Face à ausência de respostas do Governo e da administração após a greve do passado da 02 de junho, em que circularam apenas 25% dos comboios, conforme estipulados pelos serviços mínimos, as estruturas sindicais tinham já anunciado que iriam avançar para mais dois dias de paralisação na última semana de junho e na primeira de julho.
O Tribunal Arbitral não acedeu ao pedido da Infraestruturas de Portugal (IP) para que durante os dois dias de greve fosse assegurada 50% da atividade, reduzindo os serviços mínimos à segurança e manutenção.