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Afeganistão. Entenda um pouco melhor o que está a acontecer

Os talibãs lideraram o país de 1996 a 2001, sob extrema ditadura religiosa, com base na interpretação da Sharia (lei muçulmana), contudo, os Estados Unidos e seus aliados invadiram o Afeganistão após os ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington, e retiraram do poder o Talibã, acusado de dar abrigo a terroristas da Al Qaeda, que estariam por trás dos ataques em solo americano.

Ali começaram a alimentar uma guerra que ganha agora novo protagonismo após a ocupação de Cabul por parte dos talibãs.

A revista Fortune adianta que, dezenas de milhares de pessoas morreram e, além dos custos em termos de vidas perdidas, estes vinte anos tiveram pesados custos para os cofres de uma das maiores potências do mundo, os Estados Unidos da América.

A revista cita a professora Linda Bilmes da Universidade de Harvard e o projeto “Costs of War” da Universidade de Brown, que mostram que esta é a guerra mais longa de sempre. Entre 2003 e 2011, os militares norte-americanos combateram, em simultâneo, no Afeganistão e no Iraque, pelo que alguns dos números podem dizer respeito a ambas as guerras.

Custos humanos

Militares norte-americanos mortos no Afeganistão até abril: 2.448

Militares e polícias afegãos mortos: 66 mil

Aliados, incluindo militares de países membros da NATO: 1.144

Civis afegãos: 47.245

Talibãs e outros opositores: 51.191

Membros de organizações humanitárias: 444

Jornalistas: 72

Evolução do Afeganistão

Queda na taxa de mortalidade infantil desde que o governo talibã foi expulso: cerca de 50%

Percentagem de raparigas adolescentes afegãs que sabe ler atualmente: 37%

 

Durante o governo Trump foi fechado um acordo com os islamistas que previa a retirada americana e estabelecia que os Talibã teriam de negociar a paz com o governo afegão. Contudo, após as tropas lideradas pelos EUA começarem a deixar o país, os insurgentes (talibã) deram início à sua ofensiva.

Tudo piorou com a decisão, em abril, do atual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pôr fim à presença americana no Afeganistão.

Já em agosto, a ofensiva talibã começa a tomar distritos e capitais provinciais, e EUA e Otan prosseguem com sua retirada, e no passado dia 14 de agosto, a embaixada americana começou a retirar seu pessoal do Afeganistão de helicóptero.

Não tardou a que os talibã começassem a tomar províncias, tendo agora todas as principais cidades do Afeganistão já sob seu controle.

Os talibãs adentram a capital, Cabul, dissolvendo o governo e assumindo de fato o controle do país. O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, deixou o país, logo após o Taibã chegarem à capital. O seu paradeiro é atualmente desconhecido, mas no Facebook, ele afirmou que quis evitar um “banho de sangue”, pois os extremistas pretendem atacar a população local e, se o governo decidisse continuar lutando, o resultado seria um “desastre humano”.

Atuamente existem milhares de cidadãos a acorrem em pânico para o aeroporto da capital, na tentativa de escapar da ameaça de caos e violência.

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