Aumentaram as candidaturas ao ensino superior, atingindo números que não se verificavam há 25 anos. Apesar de tudo, há agora mais preocupações relativamente aos alunos que já frequentam as universidades e os politécnicos.
Este ano registaram-se 62 675 candidaturas à 1.a fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público – o valor mais elevado desde 1995 –, contudo, e devido à crise que se tem registado com a pandemia, existem estudantes universitários a abandonar o ensino superior ou a congelar a respetiva matrícula, adianta o Jornal i.
Segundo o i, a 1.ª fase de candidaturas ao ensino superior terminou este domingo, existindo 51 408 vagas.
Gonçalo Leite Velho, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) disse ao i que uma das razões que pode justificar este aumento é a impossibilidade de muitos alunos portugueses irem estudar para o estrangeiro, sendo este “um dado interessante, porque demonstra o número de portugueses que estavam a estudar em instituições estrangeiras”. “Os portugueses que estavam a ir estudar para os Estados Unidos, para Inglaterra, para França, para a República Checa para aprender Medicina, por exemplo”, terão de fazer a sua candidatura em Portugal.
Para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o aumento de 11 384 candidaturas face ao ano passado “representa um sinal de confiança dos jovens e das suas famílias na formação superior e nas suas instituições, bem como nas vantagens decorrentes da qualificação superior”.
Segundo o SNESup também a subida das notas dos exames nacionais, foi outro fator apontado, evidenciando que os alunos com melhores notas nos exames nacionais, podem ter concorrido a cursos que pedem médias mais elevadas.
Gonçalo Leite Velho sublinha, contudo, a necessidade da realização de um perfil socioeconómico para perceber exatamente quais as características dos candidatos e futuros colocados. “Neste momento há muitas incógnitas do ponto de vista socioeconómico que importa resolver o quanto antes e esperamos que a Comissão Nacional de Acesso e a Direção-Geral do Ensino Superior estejam a trabalhar em conjunto, porque isso é fundamental para podermos perceber exatamente que pressões é que vamos ter”, explicou.