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Seg 25 Novembro 2024
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Bolsas Gap Year: Candidaturas abertas até fim de agosto

As candidaturas para as bolsas de Gap Year do programa ‘Emunicipa-te’ continuam abertas até ao final do mês de agosto. O Município de Oeiras, em 2024, em parceria com a Gap Year, atribui 3 bolsas

Em 2024, o Município de Oeiras, em parceria com a Gap Year, atribuiu 3 bolsas, sendo que, de julho a setembro, decorre a fase de capacitação e planeamento onde serão realizadas
ações de esclarecimento/workshops com o objetivo de acompanhar os jovens candidatos às bolsas.

No desenvolvimento do apoio atribuído ao programa ‘Emunicipa-te 2023’, parceria entre o Município de Oeiras e a Gap Year Portugal, os vencedores das duas bolsas terminaram o seu Gap Year e partilharam o seu testemunho:

UniVersus – Sara e do Diogo

“Não temos palavras suficientes para expressar o quão especial foi a nossa experiência pelo sudeste asiático. Ao longo destes 7 preenchidos meses, vivemos diferentes realidades e deixámo-nos levar por tudo o que nos podiam ensinar.
Depois de recebermos tanto ao longo desta jornada, vamos agora começar uma fase de retribuição mais ativa à comunidade. A Sara vai iniciar um período de voluntariado no campo de refugiados de Lesbos, na Grécia. Ela fará parte de uma equipa de Saúde Mental e Apoio Psicossocial e espera poder contribuir de forma significativa para esta população durante os 3 meses restantes do gap year. O Diogo vai ficar em Oeiras e começar a planear como partilhar estas experiências e os conhecimentos com a nossa própria comunidade.”

Era Uma Vez – Laura

Era uma vez um mundo cheio de cores e sabores, um mundo repleto de aventuras e aprendizagens. No final de 2022, quando a altura de tomar uma decisão em relação aos meus futuros estudos universitários, esse colorido mundo de possibilidades tornou-se mais claro para mim, ainda que parecesse tão distante quanto os reinos dos contos de fadas ou o universo da Guerra das Estrelas. A Associação Gap Year Portugal e o Município de Oeiras, porém, trouxeram essa realidade para mais perto, permitindo-me sonhar e acreditar. Mostraram-me o caminho e ajudaram-me a navegar pelas páginas de histórias ainda por viver e pelos capítulos de desafios a serem enfrentados.
Peguei nas minhas coisas, despedi-me da minha família e parti em viagem. Abri um novo livro na minha vida, um livro em branco, e cada um dos seis meses e meio que se seguiram preencheu os vários capítulos desta nova história. Defini objetivos e novas formas de me desafiar em cada capítulo, em cada país visitado – tudo parte de um objetivo maior: crescer como pessoa, ganhar controlo sobre minha vida e decisões, aprender mais sobre mim mesma, sobre minha relação com os outros e sobre meu lugar no mundo.

Era uma vez o dia em que um avião com destino a Bangkok aterrou em solo tailandês e eu, com os olhos a brilhar de entusiasmo e nervosismo, desembarquei para aquilo que seria a maior aventura da minha vida. Fui para a Tailândia com o objetivo de ter um contacto próximo com a espiritualidade e a religião e de entender como esta se enraíza nos hábitos da sorridente população local. No entanto, a Tailândia reservava um desafio diferente para mim, um para o qual eu não estava preparada. O primeiro mês de viagem foi emocionalmente agitado: ao planear um gap year, fui seduzida pelas paisagens e vídeos de aventuras incríveis, esquecendo-me de considerar a sensação de estar longe, sozinha e desconfortável num lugar desconhecido. Assim, a Tailândia, o primeiro capítulo da minha viagem, tornou-se meu capítulo de adaptação e gestão emocional – a chapada da realidade.

Era uma vez um barco que, balançando num ritmo tranquilo, viajou ao longo de dois dias pelo rio Mekong, transportando-me a mim e a vários outros mochileiros para um país que me deixava nervosa devido à sua grande disparidade de desenvolvimento: o Laos. Creio que foi essa dança do rio Mekong que me embalou no ritmo da viagem e que, pela primeira vez, me fez sentir parte de uma comunidade. Estava ali com dezenas de outras pessoas, cada uma com sua própria razão para estar naquele barco, fazendo a viagem das suas vidas, mas de alguma forma todas as histórias eram parecidas. Literalmente, estávamos todos no mesmo barco. Viajei no Laos então a sorrir, a aproveitar cada segundo e a crescer, aprendendo a lidar com o desconforto, com o isolamento e finalmente com o afastamento de casa. O Laos ensinou-me que viajar sozinha é muito mais do que estas dificuldades: é na verdade a liberdade para fazer tudo e para escalar montanhas e sentar-me nos miradouros por todo o tempo que quiser, sem ter de prestar contas a ninguém. Foi no Laos que eu respirei fundo como forma de apreciação e gratidão, ao invés de para controlo e ansiedade.

Era uma vez um local familiar, uma língua familiar e uma moeda familiar: regressei à Tailândia. Fiquei desapontada com a forma como eu mesma tinha lidado com minha insegurança ao estar sozinha antes. Sem querer deixar minha memória deste país manchada por esses desafios emocionais, regressei e vivi as 2 semanas mais agitadas e felizes da minha viagem até ao momento. Tinha superado. Logo de seguida, fui para o Camboja e, de repente, já me sentia outra. Tinha sido capaz de superar o primeiro real desafio da viagem. Ao assistir ao nascer do sol no Angkor Wat, uma das grandes maravilhas do mundo, senti-me completa e muito grata. “Consegui, cheguei, estou aqui e sou feliz” – escrevi no meu diário nesse dia.

Era uma vez uma despedida do sudeste asiático: após várias aventuras e desafios superados, entrei no país da aventura e da adrenalina. Queria visitar o Vietname para desafiar os meus limites, testar a minha confiança e embarcar nas mais malucas aventuras – que geram sempre as melhores histórias. Algumas boleias, noites duvidosas, viagens de autocarro e jantares esquisitos depois, pude confirmar que o Vietname foi o país onde, já mais confortável e capacitada, consegui mais desafiar-me e me colocar-me à prova fora da minha zona de conforto. Adorei viver e detestei abandonar este país que me marcou pelas pessoas e pela sua hospitalidade.

Era uma vez um grande desafio: a Índia. Era uma vez um reencontro familiar. Tive a oportunidade de compartilhar momentos mágicos com uma das pessoas mais importantes da minha vida, meu pai. Momentos como ver o Taj Mahal, visitar a cidade mais antiga do mundo e ser convidada a participar de um festival indiano são inesquecíveis e acabam por diminuir a importância de todas as dificuldades e desafios que a Índia apresentava como país.

Era uma vez um grande improviso: como todas as grandes histórias, a minha terminou com grandes plot twists. Sem esperar por nada disto, acabei por visitar Hong Kong e Macau, onde tradição e modernidade dançam entre arquiteturas e costumes; visitei Taiwan simplesmente para não perder a oportunidade de ter contato com o budismo (um dos meus grandes objetivos para esta viagem), onde passei cerca de um mês a fazer voluntariado num mosteiro; visitei Singapura, onde a artificialidade e a riqueza contrastavam com os problemas sociais e econômicos que havia presenciado anteriormente; visitei a Turquia (um plano para ficar cinco dias que se estendeu para uma estadia de um mês), onde minha viagem deu uma reviravolta religiosa, ao ter a oportunidade de viver numa comunidade muçulmana e aprender mais sobre o islamismo; e retornei a casa, onde a minha família me esperava de braços abertos, em boleias por ruas desconhecidas da Europa, desde a Itália até Portugal.
Era uma vez a primeira grande aventura que tive coragem de cumprir.

Estou de regresso a Lisboa, a Oeiras, à minha família e aos meus amigos. Venho de coração cheio e com um livro recheado de pequenas e grandes histórias que vou partilhando todos os dias. Venho diferente, inspirada e evoluída em relação a antes de partir: olhando para trás, reconheço minha ingenuidade e medo em muitas situações, e percebo que agora estou muito mais capacitada para me defender e resolver problemas, sorrindo para esses mesmos desafios e sabendo a força que me trazem. Ouço diariamente a frase “que coragem! Eu não conseguiria” e nunca paro de contestá-la – todos conseguimos, temos é de querer muito e nos apaixonar pelo processo. Não é fácil – nunca foi e nunca será (na verdade, para mim, demorou um mês inteiro e um país até me assentar). Mas se me arrependo? Nem pensar. Foi uma aventura linda de uma nova etapa na minha vida que está apenas a começar.

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