Esta quarta-feira, será apresentado pelo Governo às confederações sindicais e patronais o plano de desconfinamento, numa reunião de concertação social extraordinária.
Num documento a que a Lusa teve acesso, que será apresentado na reunião do Governo com os parceiros sociais, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) constata que “a economia está fechada. Portugal não está a trabalhar, mas os portugueses não estão a ficar em casa!”, pelo que o sindicato defende “um plano de desconfinamento que permita a reabertura em segurança das diversas atividades e a estabilização das perspetivas para os cidadãos e os empresários”.
A CIP apela assim à reabertura gradual da atividade económica dos diferentes setores, em linha com as recomendações do Conselho Nacional da Saúde, baseado num modelo de confiança e responsabilidade com os portugueses, controlo da transmissão da infeção, com um programa de “teste-rastreio-isolamento”, orientações claras para o processo de desconfinamento e explicitação transparente da situação da vacinação contra a covid-19.
Segundo avança o SAPO, a CIP irá apresentar, na reunião, um plano dividido por quatro fases, a primeira, a começar já na segunda feira com a reabertura de jardins infantis, creches e ensino até ao sexto ano, cabeleireiros, livrarias e alfarrabistas.
A partir de 22 de março, a CIP defende a flexibilização das regras do teletrabalho de modo a que, havendo acordo entre trabalhador e entidade empregadora e estando garantidos testes prévios, se possa retomar o trabalho presencial em condições de segurança, reinício da atividade de restauração e comércio a retalho até às 18h00, com definição de taxas máximas de ocupação e plano de testagem periódica seguida de imediata quarentena dos seus colaboradores, a definir pelas autoridades competentes.
A partir de 05 de abril, a CIP defende a reabertura dos restantes graus de ensino, de museus, galerias, jardins zoológicos e botânicos, de teatros, concertos, óperas e cinemas, com lugares marcados e limitados e o reinício de desportos coletivos amadores ao ar livre em grupos de até 20 crianças de até 14 anos de idade.
Já a 12 de abril, é proposto reiniciar as restantes atividades até às 18:00, com definição de taxas máximas de ocupação e plano de testagem periódica seguida de colaboradores.
A CIP refere no documento que esta “poderá não ser a última pandemia das nossas vidas” e que a realidade mostrou “que os países mais prósperos enfrentaram melhor a pandemia”.
“O país e os portugueses atingiram um elevado nível de fadiga pandémica”, alerta a confederação liderada por António Saraiva, referindo que “a perceção do menor risco está em forte correlação com a menor adesão às medidas restritivas”.
“Portugal já desconfinou. Só não está a trabalhar!”, insiste.
A CIP reafirma a importância de retomar de forma gradual a atividade económica e social, salientando que a pandemia deve ser devidamente controlada e que as suas consequências têm que ser mitigadas.