Segundo o World InsurTech Report 2020 (WITR ), publicado pela Capgemini e pela Efma, as seguradoras devem explorar novas formas de implementar funcionalidades capazes de responderem às necessidades digitais dos clientes, sobretudo face à entrada das BigTechs [1] e de outros players não tradicionais no mercado segurador.
A COVID-19 fortaleceu o nível de envolvimento e aumentou as expectativas dos clientes. Neste contexto, as seguradoras ao centrarem os seus esforços na digitalização estão também a criar novas oportunidades para as InsurTechs. À medida que a presença das BigTechs se faz sentir de forma crescente no sector segurador, as fronteiras entre as companhias de seguros tradicionais, as InsurTechs, as BigTechs e os seus parceiros tecnológicos, estão a esbater-se cada vez mais. Para se manterem competitivas, as seguradoras precisam de melhorar a sua atuação nas áreas que têm mais impacto, nomeadamente no que diz respeito à implementação de estratégias orientadas ao cliente, aos processos inteligentes, aos ecossistemas abertos e à gestão ágil dos produtos/serviços.
“As seguradoras têm de perceber que a sua concorrência já não se limita só às outras companhias e que precisam igualmente de ter em conta as BigTechs e os outros players não tradicionais, que frequentemente oferecem uma melhor experiência aos clientes”, afirma Anirban Bose, CEO da Financial Services Strategic Business Unit e Member of the Executive Board do Grupo Capgemini. “Ao desenvolverem as suas relações com as InsurTechs, as seguradoras poderão implementar a sua digitalização de forma mais rápida e eficiente, e assim fortalecer as relações com os seus clientes e resistir melhor aos novos entrantes.”
“As seguradoras precisam de colocar os clientes no centro de todos os seus negócios,” refere John Berry, CEO da Efma. “A maturidade das InsurTechs e a sua vontade de colaborar com as seguradoras no fornecimento de novas soluções tecnológicas continua a aumentar. Deste modo as companhias de seguros poderão responder de forma mais adequada e ágil às necessidades crescentes dos seus clientes.”
A influência da Covid-19 nos vários ramos dos seguros
A Covid-19 repercutiu-se de várias formas nos diferentes ramos dos seguros: tem havido um aumento dos sinistros nos ramos vida e saúde, enquanto os seguros de viagem e automóvel estão em declínio. No entanto, todas as seguradoras registaram mudanças nas suas interações com os clientes. Embora mais de 90% das seguradoras tradicionais tenha conseguido continuar a exercer as suas atividades remotamente, o impacto da Covid-19 na sua relação com os clientes fez-se sentir, sobretudo no que diz respeito à angariação e retenção de novos clientes. Em julho, 61% das seguradoras (um valor superior aos 57% verificados em abril) afirmaram que a Covid-19 tinha impacto na angariação de novos clientes, e 42% (29% em abril) na fidelização dos clientes.