Sete pessoas foram detidas pelas forças de segurança por crime de desobediência no âmbito do estado de emergência. A informação foi avançada, este domingo, pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
“Verificaram-se sete detenções por constatação de factos que constituem crime de desobediência”, anunciou Eduardo Cabrita. Segundo o governante, uma das detenções “foi um caso particularmente grave de violação do dever de confinamento”, enquanto os restantes seis casos “deveram-se a situações de incumprimento das indicações das forças de segurança relativamente a comportamentos ou relativamente a situações de circulação ou de prática de ajuntamentos não admissíveis”.
O ministro esclareceu que as “autoridades locais de saúde entrarão em contacto com as forças e segurança a nível local, dando indicação onde é que existem pessoas sujeitas a um dever de confinamento”.
No balanço das primeiras horas desde que está em vigor o decreto do Governo que concretiza as medidas do estado de emergência devido à pandemia de covid-19, que entrou em vigor na noite de sábado, Eduardo Cabrita diz que se verificou uma “generalizada adesão dos portugueses à adequação de medidas e comportamentos previstos na declaração do estado de emergência”.
Cabrita fala de “grande tranquilidade na aplicação destas medidas” e salientou que “a dimensão pedagógica foi plenamente eficaz nos casos pontuais que levaram a detenções”, pelo que “esse instrumento será usado sempre que necessário”.
Eduardo Cabrita falou hoje em Lisboa, após a primeira reunião do grupo de trabalho que vai monitorizar o estado de emergência. Esta estrutura, à qual preside o ministro da Administração Interna, irá voltar a reunir-se na terça-feira.
O encontro serviu para avaliar as primeiras horas desde que as medidas do Governo entraram em vigor.
Da estrutura fazem parte representantes das forças e serviços de segurança e secretários de Estado das áreas governativas da Economia, dos Negócios Estrangeiros, da Presidência do Conselho de Ministros, da Defesa Nacional, da Administração Pública, da Saúde, do Ambiente, das Infraestruturas e Habitação e da Agricultura.
Portugal encontra-se em estado de emergência e, entre as medidas aprovadas, está o “isolamento obrigatório” para doentes com Covid-19 ou que estejam sob vigilância ativa e a generalização do teletrabalho.
Também foi decretado o fecho das Lojas do Cidadão e dos estabelecimentos com atendimento público, com exceção para mercearias e supermercados, postos de abastecimento de combustível, farmácias e padarias, entre outros serviços considerados essenciais.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 308 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 13.400 morreram. Em Portugal, há 14 mortes e 1.600 infeções confirmadas.