É no eixo Ciência, Educação e Sociedade que a Comemoração do 100º Aniversário de Nascimento de Miguel Mota se inclui. O objetivo é dar a conhecer à comunidade a Ciência pioneira que se fez em Oeiras, desde há muitos anos, celebrando um ecossistema hoje tão forte e com raízes no passado.
Miguel Mota foi um distinto oeirense, investigador e cientista, conhecido pela sua teoria sobre divisão celular, descoberta que fez na década de 50 mas que só seria validada 30 anos depois pela comunidade científica internacional. Foi, por isso, um homem à frente do seu tempo, “uma das maiores figuras da investigação genética e biológica nacional no século XX”, como referiu Viriato Soromenho Marques.
Miguel Eugénio Galvão de Melo e Mota nasceu em Lisboa, a 15 de outubro de 1922.
Concluiu o curso de Engenheiro Agrónomo no Instituto Superior de Agronomia, em 1948 e em 2006 recebeu o título “doutor honoris causa”, pela Universidade de Évora.
De 1948 a 1955, desenvolveu a sua atividade na Estação de Melhoramento de Plantas, em Elvas, como chefe de laboratório de Citogenética. De 1955 a 1992, ano em que se aposentou, realizou a sua atividade científica no Departamento de Genética da Estação Agronómica Nacional (EAN), em Oeiras, tendo sido chefe de departamento (1966 a 1992) e também diretor do Laboratório de Microscopia Eletrónica (1975-1992), porque foi pioneiro, em Portugal, no uso da microscopia eletrónica e responsável por grandes avanços na compreensão da genética e da biologia celular em plantas.
A par do seu trabalho na EAN, Miguel Mota desenvolveu docência universitária como Professor Catedrático Convidado da Universidade de Évora e Professor Catedrático da Universidade Lusófona. Trabalhou, igualmente, em prestigiadas instituições de investigação científica estrangeiras: na Suécia, na Grã-Bretanha, nos EUA. O Professor Miguel Mota, foi um grande impulsionador da colaboração científica com Espanha, organizando missões conjuntas dos dois países, por exemplo, na colheita de germoplasma vegetal, no âmbito da conservação dos recursos genéticos vegetais.
Exerceu o cargo de Presidente da Sociedade Portuguesa de Genética e da Sociedade Portuguesa de Microscopia Eletrónica, foi vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais e secretário-geral da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal.
Além da sua atividade científica profissional e no campo da docência, o Professor Miguel Mota era um apaixonado divulgador da ciência, tendo legado milhares de artigos na imprensa nacional e regional, e um piloto de avionetas amador, sempre armado de câmara fotográfica, outra das suas paixões. Ainda em vida, legou à Câmara Municipal de Oeiras muitos dos seus negativos de fotografias aéreas de Oeiras.
Honrando a divulgação da ciência que Miguel Mota começou, o Município de Oeiras inaugura esta exposição, patente até 15 de abril no Templo da Poesia, no Parque dos Poetas.