Os trabalhadores da administração pública estão esta sexta-feira em greve, e segundo o sindicato, são os setores da Saúde e da Educação, os mais afetados pela greve. Às 09h00 de hoje era registada uma adesão superior a 80%, há escolas encerradas e hospitais em serviços mínimos.
Orlando Gonçalves, do STFPSN – Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, adianta que “estes 80 a 90% de adesão naqueles dois setores referem-se aos trabalhadores das carreiras gerais, os assistentes operacionais, assistentes técnicos e técnicos superiores. Os médicos e os enfermeiros não emitiram nenhum pré-aviso de greve”.
A greve foi convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública para contestar a atualização salarial de 0,9% para este ano, estando marcada uma manifestação nacional para hoje à tarde em Lisboa.
Segundo Orlando Gonçalves, no setor da saúde e nas escolas a adesão à greve está acima dos 80%. Também as finanças, justiça e Segurança Social aderiram, mas em menor escala.
Orlando Gonçalves adiantou que no Hospital de S. João no Porto a adesão é superior a 90%, com consultas externas em 12 balcões de atendimento sem ninguém ao serviço, um diretor de serviços a tirar senhas para ajudar os doentes, blocos operatórios a 100% as enfermarias com adesão entre 85 a 90%. Segundo o sindicalista, este cenário é mais ou menos o mesmo em quase todos os hospitais do país.
Segundo o representante sindical, o INEM tem vários meios inoperacionais por adesão à greve e os trabalhadores estarão a ser ameaçados com processos disciplinares por não estarem a ser cumpridos serviços mínimos.
No que diz respeito às escolas, Orlando Gonçalves diz que ainda não consegue avançar com números exatos, mas existem muitas encerradas por todo o país.
A manifestação da Frente Comum, que se realiza a uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) no parlamento, arranca cerca das 14:30 do Marquês do Pombal, rumo à Assembleia da República.
“São avisos prévios de 24 horas que englobam, de uma maneira geral, todos os trabalhadores da Administração Pública e, apesar de não ser uma greve nacional, mas sim uma manifestação, haverá perturbações, sobretudo nas escolas”, disse à na quinta-feira o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana.
A manifestação foi anunciada em 26 de abril, numa cimeira de sindicatos da Frente Comum, afeta à CGTP, em resposta ao resultado da reunião com o Governo, que manteve uma atualização salarial de 0,9% para este ano, apesar do agravamento da inflação.
Para o sindicalista, a atualização de 0,9% “é completamente inaceitável porque, face ao aumento do custo de vida que se verifica hoje, representa o agravamento da perda de poder de compra”.
Além do aumento geral dos salários em 90 euros, a Frente Comum reivindica a correção da Tabela Remuneratória Única, o descongelamento efetivo das promoções e das progressões nas posições remuneratórias e a revisão do sistema de avaliação.