Um grupo multidisciplinar de cientistas propõe uma estratégia concertada para a realização de um estudo serológico assente em duas vertentes: uma linha nacional (com crescente escala, intensidade e granularidade) e outra local ou sectorial, implementada em três fases e com o possível envolvimento de autarquias e estruturas regionais/locais de saúde. A proposta defende uma articulação robusta entre entidades públicas e outros parceiros, garantindo que os resultados obtidos irão colocar Portugal numa posição exemplar na resposta à pandemia.
Dado o grande número de assintomáticos nesta doença, testar para a presença de anticorpos contra o SARS-CoV-2 é crucial para conhecer o real impacto da doença e diversas entidades têm-se desdobrado na realização de estudos parciais sobre frações da população. Esta realidade motivou o encontro dos especialistas para definir um roteiro rigoroso e aberto a todas as Instituições públicas ou privadas que estejam interessadas na realização
Com a definição dos parâmetros necessários para condução de um estudo nacional, o grupo de peritos preconiza a colaboração com outros estudos parcelares de igual rigor, a serem promovidos por municípios ou organizações da sociedade civil, promovendo assim a articulação harmoniosa entre diversos estudos rigorosos, que será de grande utilidade para complementar a linha de trabalho nacional.
O estudo nacional proposto, e a sua implementação, “é um instrumento decisivo para que Portugal se destaque como um exemplo de rigor na adoção de medidas de vigilância epidemiológica focadas na proteção da população, servindo de exemplo para outros países. É excecional e muito motivador termos cientistas deste calibre em Portugal e é uma grande oportunidade utilizarmos o seu conhecimento e disponibilidade”, afirma Carlos Penha-Gonçalves, concluindo que a “estratégia de base científica está concluída e pronta para ser implementada por entidades públicas e/ou privadas”.
Dinamizado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), com a colaboração do Instituto Nacional de Estatística (INE), o roteiro foi desenhado em conjunto com os seguintes especialistas: