Uma “cultura organizacional que garanta iguais oportunidades para homens e mulheres”. É este o compromisso expresso no Plano para a Igualdade de Género 434.2KBlançado e aprovado pelo Instituto Superior Técnico. O documento, disponível em inglês, e elaborado pelo grupo de trabalho Gender.Balance@Técnico, reflete a estratégia seguida nos últimos 5 anos de promoção da igualdade de género, dentro e fora das portas da Escola, combatendo os estereótipos e disparidades que continuam a existir na nossa sociedade.
Não é apenas de agora que o Técnico reconhece o papel ativo que enquanto instituição de ensino superior deve ter na minimização e redução das desigualdades. Desde 2016, ano em que foi criado o grupo GenderBalance@Técnico, que através de diversas iniciativas e programas se procura fomentar este equilíbrio de género crucial para um ensino mais inclusivo e uma sociedade mais sustentável. “Como reconhecimento do trabalho efetuado durante estes anos, e por necessidades externas, a direção da escola decidiu aprovar formalmente este plano, que reflete essencialmente as atividades que têm vindo a ser efetuadas regularmente, mas num formato mais oficial”, explica o professor Alexandre Bernardino, coordenador do GenderBalance@Técnico. “Para o grupo, é bom sentir o compromisso da escola em matéria de igualdade de género, o que reforça também o nosso empenho em continuar a propor e implementar medidas que sigam as melhores práticas internacionais, adaptadas ao contexto nacional”, acrescenta.
A estratégia definida assenta em 4 eixos prioritários de intervenção: o acesso ao emprego dentro dos processos de recrutamento e seleção, avaliação de desempenho e progressão na carreira, comunicação interna e externa, e a conciliação da vida profissional e pessoal. “As áreas de foco estão relacionadas com as áreas de atuação do iGen – Fórum de Organizações para a Igualdade, fórum que o Técnico foi a primeira instituição de Ensino Superior a integrar”, realça a professora Beatriz Silva, também coordenadora do GenderBalance@Técnico. Este plano prevê a monitorização contínua dos indicadores de igualdade de género.
No total, são 12 os objetivos estratégicos estabelecidos no plano de ação e que vêm sendo cumpridos através de um diverso leque de iniciativas. O professor Alexandre Bernardino evidencia ainda que a “definição e implementação das diversas atividades foram sendo realizadas à medida das necessidades e oportunidades que vão surgindo”, dando o exemplo do projeto “Engenheiras por um dia”, uma iniciativa da Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, de que o Técnico é parceiro, colaborando ativamente na sua organização desde o projeto-piloto. Desde 2017, o projeto já alcançou 10 mil jovens através de 460 atividades.
A iniciativa mais recente, mas já plasmada no plano, está relacionada com a promoção de uma linguagem inclusiva e passa pela disponibilização de um guia com um conjunto de boas práticas 251.0KBque cumprem os princípios básicos da visibilidade e simetria das representações de género. A professora Beatriz Silva explica que este documento surge no seguimento “dos serviços técnico-administrativos sentirem a necessidade de atualizar os seus formulários e inquéritos com uma linguagem mais inclusiva e neutra”. “Nesse sentido, o grupo GenderBalance@Técnico, em colaboração com a Direção de Recursos Humanos, criou o guia para dar resposta a esta necessidade interna dos serviços do Técnico”, acrescenta a docente.
A comunicação é, aliás, um domínio estratégico neste plano como o revela o número de atividades que lhe estão associadas. O professor Alexandre Bernardino explica que “o reforço na comunicação está diretamente relacionado com a necessidade de consciencialização da comunidade sobre as práticas comportamentais indutoras de estereótipos de género”. “Mesmo algumas das medidas promovidas pelo Grupo, como a dispensa de serviço docente por licença de pós-parentalidade, ainda não estão suficientemente disseminadas na escola e necessitam de maior visibilidade”, refere em seguida.
O documento é por si uma forma de transmitir à comunidade a importância e o empenho colocado nesta luta pela igualdade de género, e para a qual o contributo de todos e de todas é crucial. “A existência de um plano aprovado pela escola certamente aumenta a visibilidade das medidas implementadas e a consciencialização de todos para a importância deste tema no bem-estar de toda a comunidade do Técnico e na qualidade do nosso trabalho”, salienta a professora Beatriz Silva.
O Plano de Igualdade de Género é, pois, mais um importante passo na prossecução do objetivo deste grupo de trabalho que é “desconstruir estereótipos e preconceitos societais em relação à intervenção das mulheres nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática”, como realça o professor Alexandre Bernardino. Porque como frisa professora Beatriz Silva “o género não pode reduzir o leque de oportunidades que as jovens de hoje têm em relação ao seu futuro. “Paralelamente, a progressão nas carreiras das mulheres da comunidade do Técnico não pode estar limitada por motivações de estereótipos de género”, adiciona a docente.