Segundo o SAPO, que cita um comunicado do Infarmed, a decisão da suspensão do tratamento com hidroxicloroquina em doentes com covid-19 segue em linha com a decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS), depois da publicação de dados que colocam em causa a segurança e a eficácia deste químico.
A recomendação do Infarmed e da DGS restringe-se ao uso deste medicamento apenas em doentes com covid-19, sublinhando-se que “os doentes que estavam a ser tratados com hidroxicloroquina para outras patologias, doenças autoimunes como lúpus eritematoso sistémico, artrite reumatoide e malária, para as quais estas moléculas estão aprovadas, não devem interromper o seu tratamento”.
A cloroquina e hidroxicloroquina apresentaram resultados promissores em laboratório, por inibirem o SARS-COV-2 ‘in vitro’, parecendo a hidroxicloroquina ter uma atividade antiviral mais potente, contudo, e segundo o mesmo comunicado, um estudo com mais de 90 mil doentes com covid-19, cujos resultados foram publicados na revista médica britânica The Lancet, a OMS decidiu suspender a inclusão de novos doentes em tratamento com hidroxicloroquina no ensaio clínico global Solidarity, que decorria em vários países e que em Portugal estava em fase de implementação ainda sem doentes incluídos.
Durante o estudo, não foi possível confirmar o benefício da hidroxicloroquina ou da cloroquina nestes doentes, apontando um acréscimo de efeitos adversos potencialmente graves, incluindo “um aumento da mortalidade”, durante a hospitalização de doentes com covid-19.
As conclusões do estudo vão agora ser confirmadas através de ensaios clínicos aleatorizados e controlados, pelo que a suspensão da hidroxicloroquina será revista à luz da revisão do Comité de Monitorização da Segurança da OMS prevista para junho.
