O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) deixou um apelo para a dádiva de sangue “numa altura particularmente exigente para a manutenção das reservas em níveis estáveis”.
Segundo o IPST, a pandemia de covid-19 tem demonstrado ser “uma grande dificuldade” para as doações, já que “evolução da pandemia de COVID-19, nomeadamente o elevado número de contágios das últimas semanas e respetivos isolamentos profiláticos, têm conduzido a uma grande dificuldade em manter estáveis as reservas de componentes sanguíneos”, diz o Instituto, em comunicado.
Outra das causas para esta redução no número de doações são as infeções respiratórias sazonais. “Ambas as situações causam uma grande redução do número de dadores e o adiamento de Sessões de Colheita previamente calendarizadas.”
O IPST fala na necessidade de “mobilizar” todos os possíveis candidatos que estejam em condições de ajudar à colheita de sangue – nomeadamente os que nunca deram sangue e os que não efetuam uma dádiva há mais de um ano – para que haja a “imprescindível estabilidade das reservas”.
Os grupos sanguíneos mais afetados são o “O positivo”, “O negativo”, “B negativo”, “A positivo” o “A negativo”, lê-se no documento.
“Os hospitais portugueses necessitam de 800 a 1000 unidades de sangue e componentes sanguíneos todos os dias”, relembra o Instituto Português do Sangue e da Transplantação.
Candidatos do sexo masculino podem contribuir com a sua dádiva “de três em três meses”, já as mulheres podem dar sangue “de quatro em quatro meses”. No final, deixa o apelo: “dar sangue é sempre ajudar a salvar vidas”.
Segundo Maria Antónia de Oliveira, presidente do IPST, em declarações ao Jornal i, “é sempre o mês mais crítico do ano” no que diz respeito à dádiva de sangue. “Sou presidente há três anos e em todos os janeiros houve uma necessidade de fazer um apelo, devido às infeções respiratórias, nomeadamente da gripe”, diz.
Antes da pandemia havia “uma excelente colheita” por parte dos jovens do ensino superior “nos meses de novembro e dezembro e em março e abril”. Com a chegada da covid-19 em território nacional e com o ensino à distância, tem havido “muita dificuldade” em recuperar este grupo de dadores.