“Esta situação não pode ficar impune”, diz o texto que acompanha a petição. Segundo aquele texto, os agentes da GNR e a proprietária do terreno, situado na Serra da Agrela, em Santo Tirso, “impediram o salvamento dos animais, negando auxílio enquanto ainda se podiam salvar”.
Segundo a petição, aquele canil albergava cerca de 150 animais de companhia. Vários comentários pedem que “tanto a GNR como a proprietária venham a ser julgados em tribunal e punidos, pelos crimes de maus tratos aos animais de companhia, negligência, e falta de auxílio quando o poderiam ter feito”.
Também durante este domingo, a GNR emitiu um comunicado, onde adianta que a morte de animais no incêndio em Santo Tirso não se deveu ao facto de ter impedido o acesso ao local de populares, mas à dimensão do fogo e à quantidade de animais. “É importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto de a Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares. A essa hora, já tinham sido salvos os animais que foi possível salvar”, explica a GNR, em comunicado.
O PAN, através da sua página oficial da rede social Facebook, afirma que está a acompanhar a situação no local e acusa as autoridades de estarem a dificultar a retirada dos animais ainda com vida dos abrigos, “alegando tratar-se de propriedade privada”, e informa que “foi já solicitada, com caráter de urgência, a emissão de mandado judicial que permita o acesso aos abrigos e a apreensão cautelar dos animais”.
Foram várias dezenas de cidadãos, organizações não-governamentais e associações de proteção animal que se deslocaram ao local para prestar todo o auxílio necessário, contudo, ao que tudo indica, terão sido barradas pela Câmara Municipal, veterinário municipal, e proprietárias dos abrigos.
Entretanto, o PAN já confirmou que vai apresentar queixa ao Ministério Público e pedir a presença do ministro da Administração Interna no parlamento para pedir explicações.
Leia abaixo o comunicado da GNR:
”A Guarda Nacional Republicana esclarece que, na sequência do incêndio que se iniciou ontem, dia 18 de julho, numa zona florestal da Freguesia de Sobrado, Valongo, e que se propagou para a freguesia de Agrela, Santo Tirso, foi consumido parte de um terreno, no qual se encontravam diversas instalações com cães.
Enquanto o incêndio deflagrava, ainda durante a tarde, a ação da GNR foi essencial para permitir que tivessem sido resgatados, com vida, a maior parte dos cães.
Lamentavelmente, a dimensão do fogo e a grande concentração de animais naquele local, impediram que tivesse sido possível resgatar todos os animais com vida, tendo sido recuperados alguns já sem vida.
Os bombeiros combateram o incêndio, conseguindo evitar que o espaço ardesse todo, havendo condições para que os restantes animais permanecessem no local até que se resolvesse a situação, sendo retirados apenas os animais feridos, por indicação do veterinário municipal.
Mais tarde, já durante a fase de rescaldo do incêndio, durante a madrugada, diversos populares pretenderam aceder ao terreno, situação para a qual a Guarda foi alertada pela proprietária do terreno.
Pelo facto de, àquela hora, já não existir urgência, uma vez que a situação estava já a ser tratada pelas entidades competentes e por se tratar de propriedade privada, os militares da Guarda impediram os populares de aceder ao espaço.
Assim, é importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto da Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares. A essa hora, já tinham sido salvos os animais que foi possível salvar.
Neste momento, está a ser efetuada uma inspeção ao local pelo veterinário municipal.”