A Câmara de Lisboa vai financiar a criação de um Núcleo de Apoio Local para sem-abrigo em Arroios, onde na semana passada foi encerrado um centro de apoio a funcionar num edifício ocupado ilegalmente.
“Está agendada para a reunião de Câmara de 18 de junho de 2020 a abertura de procedimento concursal para atribuição de apoio financeiro municipal destinado à execução do projeto Núcleo de Apoio Local de Arroios para pessoas em situação de sem-abrigo”, lê-se numa nota do gabinete do vereador responsável pelo pelouro dos Direito Sociais da Câmara de Lisboa, Manuel Grilo e citada pela Rádio Renascença.
Esta notícia surge no dia em que se realizou uma manifestação de sem-abrigo, em frente à Assembleia da República, em protesto contra a falta de apoios. Há alguns dias, 13 pessoas carenciadas ou em situação de sem-abrigo foram despejadas de um antigo infantário, em Arroios, que estava ocupado ilegalmente e a servir como um centro de apoio. A Seara – Grupo de Apoio Mútuo de Santa Bárbara prestava apoio a estas pessoas carenciadas.
O vereador garante que já foi encontrado acolhimento para todos, “mantendo os núcleos familiares nos centros de emergência para pessoas em situação de sem-abrigo e através das respostas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no âmbito da cooperação da Rede Social”.
Segundo avança a Rádio Renascença, já foram abertos quatro centros de acolhimento de emergência para sem-abrigo com capacidade total para 220 pessoas. Das 500 pessoas que já passaram por estes centros desde o início da pandemia de Covid-19, 47 foram encaminhadas para o programa “Housing First”, um projeto financiado pela Câmara de Lisboa em que as pessoas são integradas em habitações tendencialmente individuais e têm um acompanhamento por técnicos que as orientam a gerir uma casa tendo em vista a sua integração social.
A autarquia prevê que até ao final do ano um total de 380 pessoas estejam alojadas através deste programa.
Outras 51 pessoas foram encaminhadas para outro tipo de alojamentos, como quartos em apartamentos partilhados, e através da RedEmprega 45 pessoas que passaram pelos centros de acolhimento conseguiram emprego.
Foi também criada a Rede Solidária de Lisboa, para apoiar as Juntas de Freguesia em tarefas como entrega de refeições ou entrega de medicamentos, e diariamente estão a ser distribuídas 15.000 refeições (pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar) a sem-abrigo, pessoas com carência económica, pessoas com estatuto de refugiadas ao abrigo do programa municipal e pessoas idosas isoladas.