Na semana passada, apesar de já estar com 118 casos por 100 mil habitantes, Lisboa não ficou entre os 12 concelhos sinalizados, pelo que esta será a primeira semana em que entra no grupo de concelhos “em alerta” e só na segunda avaliação consecutiva com tendência de aumento de casos é que pode ver serem reapertadas as restrições.
Segundo adianta o Jornal i, o Governo ainda não disse se equaciona algo diferente no caso de Lisboa, mas tem reforçado que as regras são as mesmas para todo o país e para já mantêm-se.
Na sexta-feira será apresentada no Infarmed a proposta de medidas a adotar daqui para a frente mas a ideia de rever a matriz de risco, que até aqui fixa como linhas vermelhas um RT superior a 1 e mais de 120 casos por 100 mil habitantes, não está ainda fechada. O concelho de Lisboa está agora, revelou André Peralta Santos, da DGS, com uma incidência cumulativa de 143 casos por 100 mil habitantes e um RT de 1,14, um agravamento face à última semana.
Significa que nos últimos 14 dias foram diagnosticados na capital 728 casos. Em Lisboa, metade dos casos confirmados nos últimos dias 14 dias situam-se entre os 20 e os 40 anos e é esse grupo etário que é essencialmente o alvo do reforço da campanha de testagem, que na semana passada aumentou ligeiramente em Lisboa (+2,2%) mas com um aumento de positividade, o que indicia que a malha de deteção em vez de apertar continuou a alargar.
Ainda assim, a positividade está em níveis baixos (2,2%), abaixo do patamar de alerta para o desconfinamento definido (4%) e muito abaixo do que esteve ao longo do final de 2020 e início deste ano.
Testes nas faculdades, residências e escolas
Esta quarta-feira vai ser reforçada a testagem nos estabelecimentos do ensino superior e será feito também um programa de sensibilização e testagem em residências universitárias.
Já esta quinta-feira serão testados alunos, docentes e pessoal não docente das escolas do ensino secundário do concelho de Lisboa. A partir da próxima semana estão previstas ações de testagem nas escolas do pré-escolar, 1º ciclo e secundário já não apenas em Lisboa mas em todos os concelhos que estiverem com mais de 120 casos por 100 mil habitantes.
Já de 14 a 18 de junho serão testados docentes e não docentes do 2º e 3º ciclo, sendo que as aulas acabam a 18 de junho para 9.º, 11.º e 12.º anos e a 23 de junho para 7.º, 8.º e 10.º anos.
Hostels, pensões, táxis e estafetas
Esta quinta-feira será reforçado o programa de testagem junto de migrantes e requerentes de asilo, nomeadamente em hostels e pensões, que já no desconfinamento do ano passado tiveram alguns surtos. Será também reforçada com unidades móveis a testagem de populações vulneráveis como sem-abrigo.
Testes na ‘noite’ de lisboa
É já a partir da sexta-feira que a testagem vai para rua. Durante o dia, vai haver uma iniciativa dirigida a prestadores de serviços de entregas, táxis e TVDEs promovida pela Câmara Municipal de Lisboa.
À noite, a partir das 19h e até às 22h, vão estar pelo menos quatro unidades móveis de testagem na rua em locais de maior concentração: 24 de julho, Cais do Sodré, Bairro Alto, S. Pedro de Alcântara, podendo haver mais, indicaram os responsáveis.
Testes em Transportes, restauração e outros locais de interesse turístico
Já na segunda-feira serão ativados os primeiros postos de testagem em transportes, o que também já estava previsto no plano de operacionalização de testagem. Para já, Fernando Almeida, do Instituto Ricardo Jorge, responsável pela task-force de testagem, adiantou que haverá um destes pontos de testagem na Gare do Oriente.
Também a partir da segunda-feira foi anunciado que haverá unidades móveis em zonas estratégias, nomeadamente zonas de restauração como bairros típicos, comércio e hotelaria e mercados e feiras, numa parceria entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e a Câmara Municipal de Lisboa.