A Associação para a Defesa do Consumidor (Deco) deixou um alerta de que o gás engarrafado, continua a ser vendido por valores “muito acima do que seria suposto”.
As conclusões surgem de uma recolha realizada pela Deco, em junho, de 2200 preços de gás engarrafado em 250 pontos de venda e conclui que o preço médio de uma garrafa de butano de 13 Kg é de 25,09 euros.
“Embora este valor seja mais baixo do que os verificados no primeiro trimestre do ano, continua sem refletir a queda que seria possível devido à descida do preço da matéria-prima. Ganham os operadores, que têm visto as suas margens aumentar, e perdem os consumidores dos 2,6 milhões de lares prisioneiros desta fonte de energia”, revela a Deco citada pelo Jornal ECONÓMICO.
“Tal como ilustram os relatórios mensais da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), a margem de retalho cresceu de 50% para 62%, entre janeiro e abril. Se a descida do custo da garrafa tivesse acompanhado a do preço de referência, estimamos que teria um valor a rondar os 20 euros”, diz a Associação.
Segundo os dados avançados pela Deco, Setúbal, Faro e Évora são as zonas onde este recurso é mais caro. O custo da garrafa aumenta cerca de um euro face à média nacional. Comparando com o distrito com o preço médio mais baixo — 24,50 euros, em Bragança — a diferença é de mais de 1,50 euros.
Nos preços recolhidos, a Deco revela que acima da média estão os distritos de Setúbal (26,35 euros), Faro (26,08 euros), Évora (26,03 euros) e os distritos com preços abaixo da média, são sinalizados Braga (24,96 euros), Lisboa (24,64 euros) e Bragança (24,50 euros).
Na Madeira, onde a taxa do IVA é 21%, o custo da garrafa de gás é 23,57 euros e nos Açores, onde o preço é definido pelo governo autónomo, o custo é de 19,24 euros.
A Deco avança ainda que comparado o preço do gás engarrafado com o do gás natural, enquanto, em 2006, os consumidores de butano pagavam cerca de 3,5 cêntimos a mais por kWh do que os utilizadores de gás natural, em 2020, essa diferença é de cerca de nove cêntimos. A Deco conclui que atualmente, um consumidor de gás engarrafado paga mais do dobro por kWh do que paga um utilizador de gás natural.