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Sáb 20 Abril 2024
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Metade das famílias portuguesas admite não ter dinheiro para pagar as contas

O ECPR – European Consumer Payment Report 2022, o mais recente estudo da Intrum, revela que, em Portugal, 50% das famílias portuguesas admitiu não ter tido dinheiro suficiente para pagar uma conta. As famílias que estão a arrendar casa são as mais afetadas (61%) assim como as famílias com baixos rendimentos (74%). No que diz respeito às faixas etárias, a Geração X (45 aos 54 anos) é quem mais se identifica com esta afirmação, registando os 73%.

 

Estas conclusões vão ao encontro do estudo realizado pelo Banco de Portugal (BdP), que revela que as famílias portuguesas estão a endividar-se a um ritmo preocupante, devido ao aumento significativo da taxa de inflação, o que está a afetar o poder de compra dos consumidores. Segundo o relatório, a dívida das famílias aumentou 3,6% em dezembro do ano passado, sendo este o maior crescimento anual desde 2008.

 

Quando questionados sobre qual a percentagem que sobra do seu salário mensal depois de pagar todas as contas do seu agregado familiar (incluindo o aluguer/créditos com hipotecas/imobilizações e quaisquer reembolsos de empréstimos/cartões de crédito), 17% dos inquiridos portugueses afirmaram ficar com menos de 5% do salário. As famílias com rendimentos mais baixos (43%) são as mais afetadas.

 

São notórias as mudanças de hábitos de consumo das famílias, de acordo com o estudo da Intrum, 38% dos portugueses afirma estar a poupar mais agora do que há 12 meses atrás com o objetivo de garantir reservas financeiras suficientes em caso de perturbação económica. Os casais sem filhos (39%) são quem mais sente esta necessidade assim como a Geração Z (dos 18 aos 21 anos) com uma percentagem de 56%.

 

De acordo com Luís Salvaterra, Diretor-Geral da Intrum Portugal, “A inflação tem um impacto maior quanto menor for o rendimento disponível das famílias portuguesas. Segundo as conclusões do ECPR2022, as famílias portuguesas só conseguem poupar pouco menos de um salário para enfrentar um imprevisto sem se endividarem e têm pouca ou nenhuma margem para acomodar os efeitos da inflação que já se fazem sentir. Alimentação, habitação e transportes consomem uma grande fatia de rendimento.

 

Para além disso, 75% dos inquiridos afirmaram também estar a fazer – ou planear fazer – algumas alterações na forma como gastam dinheiro todos os meses, com o objetivo de gerir o impacto da inflação e/ou do aumento das taxas de juro nas finanças pessoais. Os casais com filhos já adultos (mais de 18 anos) afirmam estar a adaptar-se à nova realidade (87%).

 

O estudo destaca ainda que a Geração dos 38 aos 44 anos é quem está a esforçar-se mais para essa adaptação (82%).

 

No cenário de constantes incertezas que vivemos atualmente, apenas 7% dos portugueses inquiridos afirmou poupar para adquirir uma casa, mas para 35%, poupar para despesas inesperadas é a opção mais segura. Com a subida drástica dos preços das casas, é cada vez mais difícil para os jovens saírem de casa dos pais, mesmo assim, é a Geração dos 22 aos 37 anos quem mais poupa para comprar casa (14%).

 

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