Neste regresso ao trabalho de várias pessoas, a UGT pede que sejam denunciados casos em que a segurança e saúde no trabalho não seja respeitada. A CGTP, por seu lado, teme que a Autoridade para as Condições do Trabalho seja incapaz de verificar 1,2 milhões de empresas.
Carlos Silva, secretário-geral da UGT, pede aos trabalhadores que sejam responsáveis, porque “se não se defenderem a si próprios, não vão defender os outros”, lembrando que “não estão a cometer pecado algum se se queixarem às suas organizações sindicais que não há condições, ou que as condições estão a ser secundarizadas”.
Em declarações à Rádio Renascença, Carlos Silva lembra que não basta às entidades empregadoras elaborar planos de contingência. Aos trabalhadores compete denunciar. “Embora nem todos sejam sindicalizados, os sindicatos não fecham as portas a ninguém, e se não quiserem dar a cara junto das empresas ou da ACT, que o façam junto dos sindicatos”.
Para a secretária-geral da CGTP, “tem sido colocado por muitos trabalhadores de vários sectores de atividade, que muitas empresas e serviços não estão a garantir todas as condições de saúde e segurança para os trabalhadores”.
Isabel Camarinha denuncia que “muitos dos planos de contingência são uma mera cópia do plano da Direção-Geral da Saúde, não são adequados às especificidades do local de trabalho, e muitos trabalhadores estão a trabalhar sem os equipamentos individuais que deviam ter”.
Para a dirigente, o cumprimento de regras cabe à Autoridade para as Condições de Trabalho, o que para a secretária-geral da CGTP não é mais do que uma miragem. Apesar de reconhecer que recentemente a ACT sofreu um reforço de pessoal, fica muito aquém do minimamente necessário.
Carlos Silva lembra que se assim é, e se a ACT não tem pessoal suficiente, deve dizê-lo claramente: “Cabe à diretora-geral da ACT afirmar junto do Governo e dos parceiros sociais dizer se tem ou não condições de fazer a fiscalização”.